sexta-feira, 11 de março de 2011

Mudanças...

Dizem que mudanças são necessárias, que devemos sempre buscar pelo aperfeiçoamento do nosso caráter. Mas eu acho que comigo não está funcionando muito bem. As mudanças ultimamente têm feito estragos na minha vida. E principalmente, no meu psicológico.
Há algum tempo, o novo, era algo que me fazia bem, que me revigorava. E as coisas boas eram REALMENTE BOAS, bem como as coisas ruins também eram MUITO RUINS. Hoje eu deixei de ser tão extremista, porém somente de um lado, e não foi do lado negativo. Hoje as coisas boas soam como algo legal, mas não tão legal a ponto de me deixar feliz. Estou constantemente triste e desanimada.

O que será que está acontecendo comigo? Será que estou entrando em um processo depressivo novamente? Nem mesmo a notícia de que a renovação do meu contrato de estágio sairá me deixou feliz. Foi uma euforia momentânea, que não durou mais do que cinco minutos. E isso é muito triste, porque eu realmente gostaria de estar feliz, eu realmente gostaria de sentir a emoção de alegria, de conquista, de “eu sou capaz”, mas acho que isso tudo já não faz mais parte da minha “nova” personalidade.

Não sinto prazer em fazer nada do que faço... meus dias são cada vez mais vazios, mais chatos e improdutivos. Faço as coisas porque TENHO que fazer. E não porque sinto prazer em fazer. Acordar, tomar banho, trabalhar, estudar, comer, interagir socialmente... seja o que for, soa como uma obrigação. Como se eu não tivesse saída. Já que eu não posso desistir, já que eu não posso morrer, então vou continuar sobrevivendo, mas sem nenhuma razão de ser, de lutar, de continuar indo em direção aos meus objetivos. Se é que ainda resta algum objetivo.

Neste momento estou aqui, sozinha, sentada na minha mesa no estágio pensando, por quê estou aqui? E por que sozinha? Comigo trabalham umas 20 pessoas, mas nenhuma delas almoça comigo. E por quê? Será que é pelo fato de eu ser tão insuportável assim, ou porque eu tenho feito um esforço imenso em não deixar essas pessoas se aproximarem o suficiente de mim, para se ter uma intimidade necessária para se almoçar junto?

Talvez um pouco dos dois, mas no fundo eu nem me importo, porque estar aqui não é algo do meu desejo, e sim uma missão que o meu verdadeiro chefe me designou a cumprir. E daqui 30 dias eu já não estarei mais aqui, voltarei de onde eu vim. O que eu realmente me questiono é por que eu tenho agido assim? De forma a criar um muro entre eu e as pessoas ao meu redor? Por que, como diz a minha mãe, cada vez mais eu tenho me trancado no meu mundinho, onde existe apenas eu e ninguém mais?

Nada mais me dá prazer, eu não quero ir à lugar algum, não quero ver, nem conversar com ninguém, quero ser apenas eu, no meu quarto, na minha cama. Quero esquecer que o mundo existe e continua girando. E eu realmente tenho feito isso de vez em quando. Esqueço que tenho um milhão de trabalhos da faculdade para fazer e entregar, e que existem prazos para entregar esses trabalhos. Esqueço que há dois anos eu me submeti a uma cirurgia e deveria seguir uma dieta pós operatória. E vivo comendo besteiras e engordando cada vez mais.

Eu realmente mudei, antes eu era determinada, guerreira, lutadora, hoje eu simplesmente sou um fracasso. Uma pessoa que não tem força de vontade e auto controle algum. Mas como reverter essa situação? Acho que não tem mais jeito. Se mudanças já são difíceis de acontecer, precisa-se passar por grandes sofrimentos para conseguir tal realização, imagina mudar duas vezes, não é mesmo?

 
Lara Castelo Branco.
11 de março de 2011.
12h e 41min.